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Off Pitch

Blogue do treinador Bruno Dias

Um período de reflexão...

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O acto de refletir deve ser diário, planeado e registado.

As vivencias refletidas são parte do conhecimento humano que permite o crescimento de cada ser.

Este momento quando os “grandes” projetos ou ciclos terminam é obrigatório para que não sejam apenas o somatório das reflexões diárias que ditam as suas conclusões.

Esse crescimento individual carece de uma visão macro, fria e distante das reflexões diárias, dos comportamentos adoptados e das relações estabelecidas para que a articulação do conhecimento empírico e cientifico seja congruente na construção do novo consciente do ser, permitindo a expansão do seu conhecimento.

Seguindo a lógica, do micro para o macro, ou se preferirem, da árvore para a floresta, a importância desta reflexão individual é tão maior quanto for a sua partilha com os pares permitindo desta forma um crescimento coletivo e uma visão partilhada com o objetivo de esta ser mais abrangente, orientada e eficaz no futuro da equipa de trabalho.

O registo é crucial, principalmente, para equipas de trabalho que visam manter-se juntas de forma duradoura em vários projetos que, certamente, as obrigará a passar diferentes ciclos, deste modo, poderão todos os elementos verificarem as diferentes fases do seu desenvolvimento pessoal e associar as mesmas ao desenvolvimento da equipa em que estão inseridos bem como aos resultados obtidos em cada momento.

Concluindo, um período de reflexão, é uma importante etapa de consciencialização individual e coletiva que visa a melhoria do desempenho.

O fim de ciclo...

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Todos os projetos têm várias fases e a última, o terminar da relação, é associada, não raras vezes, à dor da quebra da mesma.

Tal como as outras fases dos projetos, o seu início, as várias etapas de desenvolvimento, os pontos de reflexão também esta deve ser preparada de forma consciente e com o objetivo de criar valor às partes.

Diversos poderão ser os motivos para os ciclos terminarem, mais ou menos positivos, com maior ou menor concordância entre as partes, contudo ambas as devem terminar de uma forma sóbria, respeitosa e elevada.

No fim, os motivos devem ser claros, a consciência da separação deverá guiar o acordo devido para concluir um ciclo que será certamente lembrado como uma importante fase de crescimento pessoal ou organizacional e que é também ele, por si só, o arranque de um novo ciclo ou patamar de crescimento.

Vencer segundo Bruno Dias

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1.Ter uma Visão - Ser capaz de ver além do quotidiano e do imediato, tendo a capacidade de criar uma imagem clara do futuro que se pretende alcançar.

2.Definir Objetivos - Ter capacidade de estabelecer metas a curto, médio e longo prazo, congruentes com a visão construída

3.Conceber um Processo - Desenvolver a capacidade de sistematizar uma metodologia de trabalho, com vista a alcançar os objetivos propostos com os recursos disponíveis.

4.Avaliar o Processo e a Metodologia de trabalho - Criar ferramentas e otimizar estratégias de controlo/reflexão sobre a metodologia estabelecida.

5.Criatividade -Permitir que as acções falem por si e demonstrar capacidade para reinventar o processo de trabalho, sempre que necessário. Desenvolver uma análise constante dos factos, sem ter receio de fazer perguntas novas e encontrar respostas diferentes e/ou “fora da caixa”.

6. Reduzir o foco ao essencial - Capacidade para se estar alinhado com o plano e processo de trabalho, com foco no essencial, nomeadamente nas variáveis e situações controladas por nós ( as variáveis não controláveis, também são importantes e devemos considera las, para diminuir o grau de risco das nossas acções, contudo não podem ser elas o fio condutor da tomada de decisão).

7.Transcendência - A capacidade de a cada momento, dar mais de nós, crescermos interiormente para que o resultado exterior seja passo a passo mais aproximado com a visão estabelecida.

O mercado de janeiro

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No mundo do futebol, não há quem fique indiferente ao mês de janeiro, altura em que reabre o mercado de transferências. Neste mês, é possível aos clubes libertarem jogadores que não acrescentam valor a um projeto (mas que se podem tornar centrais noutro) e procurar soluções que aumentem a qualidade e competitividade. É ainda possível aliviar a folha salarial, caso seja necessário. Certo é que até dia 31 de janeiro, há interferências no trabalho diário.

Cabe ao treinador estar informado, agir no timing correto e blindar o grupo. O treinador e a sua equipa técnica conhecem melhor do que ninguém os jogadores que orientam e com os quais passam várias horas todas as semanas.

Idealmente, devem ser informados pelos jogadores da vontade de sair ou de propostas aliciantes que possibilitem uma melhoria das condições do atleta. Obter essa informação permite uma rápida ação. O treinador deve agir em prol do bem do projeto sem “cortar as pernas” aos jogadores. Se o jogador pretende sair para um clube que lhe oferece melhores condições, o papel do treinador é pensar imediatamente no seu substituto, dentro ou fora do quadro atual de jogadores. O que muda com esta saída? Qual o plano se não for possível contratar um substituto?

Blindar o grupo é essencial. Se nalguns contextos, devido ao aparato mediático, pode parecer mais complexo, esta blindagem é essencial em qualquer escalão. Aliás, no Campeonato de Portugal o “euro é mais caro” do que na primeira divisão e o jogador poderá andar mais distraído. É importante passar a mensagem de que só com uma dedicação constante ao clube que se defende se pode evoluir e que os contratos são válidos até ao último segundo.

PS: A propósito dos períodos de transferências e dos bastidores do futebol, recomendo o visionamento de “Sunderland ´Till I Die”, a nova série documental do Netflix sobre a paixão dos adeptos por um clube em apuros.

Diminuir para crescer

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Para ficarmos mais fortes, diminuímos o número de recursos que temos. Será possível?

Segundo o Princípio de Pareto, 80% do nosso rendimento, deve-se a 20 % dos nossos recursos, logo, significa que temos de 20% do rendimento que consume 80 % dos nossos recursos, pelo que se os diminuirmos ou os redireccionarmos, aumentamos a probabilidade de aumentar o nosso rendimento.

Passamos a estar mais focados no essencial, leia-se, no mais rentável, ou seja, na forma de o rentabilizar ainda mais diminuindo desta forma o desperdício de recursos que não nos garantem rendimento.

Não raras as vezes, no mercado de janeiro no futebol, existem ajustes nos planteis e várias são as decisões de redução do plantel. Mais do que a questão financeira, que não será, certamente, de menor importância, também a coesão do grupo e a necessidade de colocar ainda mais energia nos mais rentáveis, chamar a si maior responsabilidade e conseguir valorizar mais o retorno que estes dão ao grupo de trabalho são critérios orientadores, desta decisão conjuntural.

Com a diminuição dos recursos, o gatilho da escassez do grupo de trabalho é acionado e a necessidade de cada um fazer o seu “extra mile” face ao compromisso grupal urge diariamente. Utilizando esta técnica para ativar uma gatilho mental no grupo, conseguimos exacerbar uma das fórmulas que considero mágicas: produzir mais resultados, com menos recursos, alcançando o máximo impacto.