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Off Pitch

Blogue do treinador Bruno Dias

Hoje ou Amanhã?

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O resultado imediato é limitador do resultado duradouro? Pode ser ou não.

Compreender a forma como este foi obtido será a chave para responder de forma afirmativa ou negativa a esta pergunta.

No caso dos treinadores, vários são os estudos que indicam que na maioria dos casos, a alteração de treinador, a famosa, chicotada psicológica, embora favorável a curto prazo, não provoca alterações de rendimento das equipas a médio-longo prazo, exemplos são inúmeros a é o Bruno Lage, o actual treinador do Benfica.

Compreender o resultado imediato será avaliar o impacto emocional que uma mudança de liderança provoca no rendimento imediato dos jogadores, alterações táctico-estratégicas que são novidade para os adversários, entre outros motivos estas causas vão perdendo fulgor com aumento do conhecimento interno e externo do trabalho e é nesse momento que a qualidade deste e, principalmente, a sua consistência é colocada em causa e terá de se confirmar.

Num olhar mais abrangente, o mesmo ocorre nas nossas decisões quotidianas, por vezes, aceitar um desafio profissional que no imediato irá aumentar os rendimentos exponencialmente poderá significar estar mais longe de alcançar os objectivos estabelecidos ou pelo contrário poderá ser um importante passo na estrada a percorrer para os alcançar. Esta multiplicidade factorial é condição do humano e só o próprio encontrará a resposta certa porque não conseguirá viver constantemente na azafama do imediatismo nem na angustia da longevidade do percurso.

As 3 lições da Liga dos Campeões

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  1. Sonha! E quando sonhares, sonho alto...

O Ajax liderado por Ten Hag iniciou a participação nesta edição da prova, na 2º Pré eliminatória, sonhando chegar à final.

Não concretizou o sonho mas vivenciou-o e se apontasse apenas chegar à fase de grupos, provavelmente, daí não passaria.

  1. Prepara-te e confia no teu trabalho

O Tottenham de Pochettino, na 5º época à frente do clube, não contratou qualquer jogador na presente temporada e alcançou a final de forma épica após a improvável eliminação do Manchester City, nos quartos de final, e de no último suspiro em Amesterdão, após ao intervalo ter uma desvantagem de 3 golos na eliminatória, selou a passagem para a sua primeira final nesta competição.

  1. As adversidades vão surgir e nunca, nunca, nunca desistas!

Épica foi também a história escrita pelos comandados de Klopp, em Anfield, remontando uma eliminatória perante o Barcelona de Messi que tinha vencido por 3-0 em Camp Nou. Sucumbiu o Barça perante a interminável crença e energia dos Reds.

 

A Taça será entregue apenas a um mas todos ficam na história e todos são bem sucedidos.

 

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Como avaliar o treinador?

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A superficialidade na avaliação dos treinadores, esgota-se, na validação dos resultados, ou seja, a equipa A subiu o treinador é fantástico a equipa B desceu o treinador é incompetente. Será esta dedução a forma mais correta de avaliar o trabalho desenvolvido pelos treinadores?

Várias organizações, maioritariamente, não desportivas optam por avaliar os resultados dos colaboradores em função dos recursos disponibilizados e dos estabelecidos. É possível replicar nas organizações desportivas?

O sim é imediato. Exemplo concreto será um treinador que é contratado para garantir a manutenção, são lhe concedidos parcos recursos comparativamente com a maioria dos opositores e este concretiza o objectivo. Neste caso, a avaliação será positiva. Noutro prisma, um treinador que têm recursos superiores aos restantes opositores e não é capaz de alcançar a subida de divisão ou o título de campeão, não realizou um trabalho positivo.

A avaliação dos treinadores terá necessárias implicações no recrutamento dos mesmos. É também assim, nas organizações não desportivas. Os colaboradores que concretizam objectivos tendem a ser valorizados internamente, melhorar a situação contratual ou ser promovidos do cargo que ocupam, e a receber propostas de trabalho de outras organizações.

Qual o melhor método para avaliar treinadores? Qual o melhor método para avaliar colaboradores? É possível replicar o método em organizações distintas?

Como navegas?

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Todas as oportunidades são boas, mas serão todas boas para mim?

É fundamental, identificar e valorizar, todas as oportunidades que nos são concedidas e aprofundar o mais possível cada uma delas para que a escolha seja congruente com os objectivos traçados.

Quando maior é a convicção que os objectivos propostos serão cumpridos e que a estratégia delineada para os alcançar é mais adequada, maior será a capacidade de análise do contexto a cada momento, aumentando desta forma a eficácia das decisões e a probabilidade de a eficiência também crescer no caminho que escolhemos.

Esta leitura permanente do contexto permite um avanço seguro e aumenta a consistência enquanto indivíduo e profissional.

A opção de não saltar etapas da estratégia definida, poderá ser vista como ato de insegurança por muitos, que tomam decisões em função do imediato, e por ato de sabedoria por poucos, que tomam decisões em função do seu propósito.

A mesma oportunidade poderá ser fantástica para um indivíduo e pouco sedutora para outro e ambos serem coerentes com a sua visão.

Só quem tem um propósito é que consegue adiar a satisfação momentânea para que a recompensa final (realizar o seu propósito) seja alcançada.

Manter-se inabalável na convicção de êxito em alcançar o propósito é próprio de quem “navega” com um destino marcado e com rota definida ao invés quem vê no imediato o sucesso possível opta por uma navegação à vista e muitas vezes não vislumbra o destino ou opta por rotas que o afastam deste.

Na tua carreira optas por navegar à vista ou com destino e rota definida? E na tua organização, qual o princípio que preside à escolha das oportunidades a agarrar a cada dia?