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Off Pitch

Blogue do treinador Bruno Dias

Hábito(s) do Sucesso

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Alguns estudos científicos apontam para a necessidade da existência de cerca 66 dias de um comportamento, para ele ficar adquirido, ou seja, torna-se num hábito de um ser humano. Exemplos vários que podemos aferir para o demonstrar, desde logo, evidenciar os mais “visíveis” que talvez sejam os hábitos alimentares e a prática de exercício físico que para larga maioria da população mundial é um gigantesco desafio alcançar transformações mensuráveis ao olhar alheio.

Aprofundar esta premissa que nós, humanos, temos a capacidade de transformar qualquer comportamento em hábito se o repetirmos, diariamente, durante 66 dias, mais ou menos, permite-nos ousar dizer que somos capazes de nos reinventar continuadamente e, exclusivamente, por nossa iniciativa.

Não sendo linear a premissa, a ideia é simples e, rapidamente, entendível pelo que nos faz questionar quais as variáveis que nos impedem de encontramos o nosso propósito e o caminho para o alcançar, já que neste não devemos temer o erro porque afinal podemos sempre nos transformarmos e tornar aquele trajecto possível para lograr o nosso propósito, leia-se, o nosso sucesso.

Recordo o filósofo grego, Aristóteles: nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato mas um hábito. E o hábito nós somos capazes de o criar, logo a transformação começa em nós e depende exclusivamente de ti próprio.

Da (In)Formação contínua à motricidade humana.

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Tal como o treino, é um processo inacabado, também o treinador deve estar em permanente transformação, procurando criar novos limites e ultrapassa-los diariamente.

A necessidade de, constantemente, procurar formação em diferentes áreas do saber é uma virtude dos humildes e dos que procuram desafiar-se a cada momento.

A informação recolhida nas distintas áreas estudadas será alavanca para a criação do próprio conhecimento.

“A produção do próprio conhecimento” segundo José Mourinho é fator diferenciador do ser treinador. A capacidade crítica que o treinador possui e a forma como integra cada informação recolhida no seu processo e a transforma em conhecimento para o seu grupo de trabalho reforçará a sua liderança.

As fontes de informação, dada a elevada oferta, devem ser filtradas permitindo deste modo um condicionamento inicial das temáticas mais relevantes em dado momento.

Escrevo sobre o treinador, poderia faze-lo sobre um gestor, aliás, sobre qualquer pessoa, esta necessidade permanente de buscar mais é condição humana, é por isso, mais uma vez, no humano que encontramos as respostas.

A produção do próprio conhecimento do Homem é ter a capacidade de obter as informações que lhe permita criar um conhecimento de si próprio para alcançar os seus objetivos, existe quem lhes chame o sentido da vida.

Se queres ser melhor treinador, tens de ser melhor pessoa e tens de a alimentar todos os dias, porque “é o Homem que és, que triunfa no treinador que podes ser” diz Manuel Sérgio.

As respostas estão em ti e se queres mais do que tens, só o conseguirás se fores mais do que és!

Criar uma Visão ou prever o futuro?

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É muito mais que sonhar, é algo duradouro e sobretudo, inspirador.

Provavelmente, o maior património humano, a locomotiva da evolução e, certamente, o desafio diário que nos estimula a ultrapassar obstáculos, a redefinir limites e a alcançar algo que muitos dizem impossível, mas que só o é até conseguirmos faze-lo.

Esta premissa é verdadeira, do macro ao micro, das organizações ao indivíduo e tanto mais poderosa quantos mais forem contagiados por ela e se comprometerem a fazer acontecer.

Este compromisso, é tão poderoso, quanto tão celular for, nas organizações este é o principal desafio: o alinhamento de todos com a visão da organização.

Alcançar este alinhamento, requer uma abordagem microscópica a cada elemento da organização, não só, por si próprio, como no estabelecimento das relações com os restantes.

Várias são as técnicas e as estratégias a utilizar para alcançar este propósito, no próximo post, abordaremos uma das mais impactantes, a definição de objetivos.

De acordo com Peter Drucker, a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo, sendo assim, criar a tua visão é a melhor maneira de preveres o teu futuro.

Bucket List

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Trata-se da lista das “coisas” que queremos fazer antes de morrer.

Se o conceito parece, altamente, fatalista dada a consciência do termino da vida terrena, a essência não pode ser mais motivadora e produtiva. E porquê?

Pois bem, elaboramos uma lista dos nossos sonhos nas diferentes áreas da vida, sendo em formato digital ou em papel, que confesso prefiro, esse ato permiti-nos, desde logo, dar o primeiro passo para tomarmos consciência do que verdadeiramente nos faz levantar todos os dias.

A sua elaboração é, apenas, o primeiro passo dado que a construção do trajeto para concretizar cada um dos sonhos será o desafio diário que nos motiva a caminhar em direção à sua concretização.

Várias são as técnicas para se estruturar esta lista bem como as rotas a percorrer para alcançar os sonhos já escritos e aqueles que vamos acrescentando sempre que a revemos.

Uma das técnicas é datar os sonhos, ou seja, definir uma data até à qual este deve ser realizado. Qual o objetivo? Simples. Torna-lo nisso mesmo, UM OBJETIVO!

Um sonho com data, passa a ser um objetivo. Para cada objetivo, estabelecemos um método para o alcançar e comprometemo-nos a cumprir.

Trata-se esta lista do rascunho do plano de vida de cada indivíduo, grupo, equipa, departamento ou organização e como na vida, existe a possibilidade de reformulação constante.

Ter uma bucket list é ter a consciência da intencionalidade da ação diária.

O ensino como meio de aprendizagem...

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O senso comum defende que o professor ensina e o aluno aprende, sugerindo a existência de uma relação unidirecional entre ambos, ou seja, é o professor quem têm o conhecimento e o transmite ao aluno que deve funcionar como esponja para o receber.

Esta ideia, não contém, qualquer efeito nefasto para ambos, caso não esgote em si mesma e refute a ideia implícita da hierarquia de importância do professor face ao aluno na construção do conhecimento. A verdade é que este, não existe e cresce, um sem o outro, logo a relação é bidirecional.

Deverá também o professor, aprender, por via do aluno, ou seja, das suas interrogações, das suas partilhas e das suas sugestões, diversas formas de sistematizar o conhecimento adquirido e através deste acrescer valor à comunidade.

Esta relação de cooperação que defendo entre o professor e o aluno, entre o formador e o formando, entre o treinador e o jogador, entre o CEO e o colaborador é decisiva para que o conhecimento seja reforçado e para que a aprendizagem ocorra permitindo transformar esta em resultados.

Se no processo formativo é claro que a construção do conhecimento é a aquisição de competências por parte do aluno para atuar na comunidade com o objetivo de acrescentar valor a esta.

No treino de futebol, a construção de conhecimento, entende-se com a construção de um jogo coletivo que visa a potencialização de todas as competências individuais no contexto de equipa para a obtenção do objetivo comum, a vitória.

E nas organizações, a construção de conhecimento, compreende-se na capacidade de disponibilizar produtos ou serviços à comunidade que permita alcançar os seus objetivos sejam eles financeiros, lucro, ou de outra ordem.

Concluímos que o ensino é, portanto, um meio de aprendizagem e quando valorizado pelos seus agentes permitirá acrescentar valor à comunidade, leia-se a todos, pelo que é responsabilidade de ambos transformar aprendizagens em resultados.

Um período de reflexão...

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O acto de refletir deve ser diário, planeado e registado.

As vivencias refletidas são parte do conhecimento humano que permite o crescimento de cada ser.

Este momento quando os “grandes” projetos ou ciclos terminam é obrigatório para que não sejam apenas o somatório das reflexões diárias que ditam as suas conclusões.

Esse crescimento individual carece de uma visão macro, fria e distante das reflexões diárias, dos comportamentos adoptados e das relações estabelecidas para que a articulação do conhecimento empírico e cientifico seja congruente na construção do novo consciente do ser, permitindo a expansão do seu conhecimento.

Seguindo a lógica, do micro para o macro, ou se preferirem, da árvore para a floresta, a importância desta reflexão individual é tão maior quanto for a sua partilha com os pares permitindo desta forma um crescimento coletivo e uma visão partilhada com o objetivo de esta ser mais abrangente, orientada e eficaz no futuro da equipa de trabalho.

O registo é crucial, principalmente, para equipas de trabalho que visam manter-se juntas de forma duradoura em vários projetos que, certamente, as obrigará a passar diferentes ciclos, deste modo, poderão todos os elementos verificarem as diferentes fases do seu desenvolvimento pessoal e associar as mesmas ao desenvolvimento da equipa em que estão inseridos bem como aos resultados obtidos em cada momento.

Concluindo, um período de reflexão, é uma importante etapa de consciencialização individual e coletiva que visa a melhoria do desempenho.