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Off Pitch

Blogue do treinador Bruno Dias

Futebol positivo! Moda ou mudança de paradigma?

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A necessidade e o gosto de ter bola sabendo usa-la de forma eficaz e eficiente e na ausência da sua posse ter um comportamento proativo no sentido de a reconquistar vendo nela a solução para todos desafios que o jogo nos é capaz de lançar a cada segundo. Agir sobre o jogo e ter uma atitude menos especulativa aguardando que os deuses do futebol protejam a forma pouco audaz como o estamos a abordar.

Esta ideia vai muito além das quatro linhas, diria que o desempenho em campo será o reflexo do que se passa fora dele e começa na liderança, sobretudo, do treinador mas também diretiva através dos valores que defendem e, mais importante, que praticam nas suas ações e na sua comunicação tanto interna como externa.

Implicitamente, esta noção está ligada a uma visão mais abrangente e, necessariamente, de médio prazo onde, muitas vezes, o imediatismo é ferido pela necessidade de ter alicerces mais fortes que obrigam a investir mais tempo na sua construção, contudo são estes que permitirão alcançar uma consistência mais forte e duradoura.

Resumindo, será um futebol que vê nas suas virtudes a sua principal arma para alcançar o sucesso e que reconhece que as competências alheias poderão, momentaneamente, vencer as suas e que apesar de as reconhecer e valorizar em momento algum colocam em causa a necessidade de afirmação própria permanente das suas competências e da sua valorização.

Que a discussão da moda se transforme no começo de um novo paradigma.

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O ensino como meio de aprendizagem...

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O senso comum defende que o professor ensina e o aluno aprende, sugerindo a existência de uma relação unidirecional entre ambos, ou seja, é o professor quem têm o conhecimento e o transmite ao aluno que deve funcionar como esponja para o receber.

Esta ideia, não contém, qualquer efeito nefasto para ambos, caso não esgote em si mesma e refute a ideia implícita da hierarquia de importância do professor face ao aluno na construção do conhecimento. A verdade é que este, não existe e cresce, um sem o outro, logo a relação é bidirecional.

Deverá também o professor, aprender, por via do aluno, ou seja, das suas interrogações, das suas partilhas e das suas sugestões, diversas formas de sistematizar o conhecimento adquirido e através deste acrescer valor à comunidade.

Esta relação de cooperação que defendo entre o professor e o aluno, entre o formador e o formando, entre o treinador e o jogador, entre o CEO e o colaborador é decisiva para que o conhecimento seja reforçado e para que a aprendizagem ocorra permitindo transformar esta em resultados.

Se no processo formativo é claro que a construção do conhecimento é a aquisição de competências por parte do aluno para atuar na comunidade com o objetivo de acrescentar valor a esta.

No treino de futebol, a construção de conhecimento, entende-se com a construção de um jogo coletivo que visa a potencialização de todas as competências individuais no contexto de equipa para a obtenção do objetivo comum, a vitória.

E nas organizações, a construção de conhecimento, compreende-se na capacidade de disponibilizar produtos ou serviços à comunidade que permita alcançar os seus objetivos sejam eles financeiros, lucro, ou de outra ordem.

Concluímos que o ensino é, portanto, um meio de aprendizagem e quando valorizado pelos seus agentes permitirá acrescentar valor à comunidade, leia-se a todos, pelo que é responsabilidade de ambos transformar aprendizagens em resultados.

O papel da comunicação em contextos de alta competição

Capacitar os atletas a nível individual e a nível colectivo, para a prática desportiva de excelência, pressupõe a existência de um modelo de comunicação sistematizada, capaz de potenciar a confiança, a compreensão, e a colaboração no seio da equipa.

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Acresce, também, que quando desenvolvemos uma comunicação permanente (unidireccional e eficaz), garantimos uma maior eficácia quando temos necessidade de comunicar realidades complexas em contextos difíceis.

Assim, estabelecer diálogos regulares e ser o mais transparente possível com a equipa técnica e jogadores garante mais proximidade à equipa, melhor poder de análise e melhor capacidade de liderança.