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Off Pitch

Blogue do treinador Bruno Dias

A lição de Carvalhal

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Um treinador com vasta experiência aprendeu rápido e corrigiu a rota.

“Há quase dez anos que não trabalhava em Portugal, tenho de me readaptar a algumas coisas. Na jornada passada, os jogadores levaram demasiado à letra o que foi pedido no jogo contra o Famalicão. Tive de passar a mensagem de forma diferente ao longo da semana. Hoje focámo-nos na nossa identidade, no que somos capazes de fazer, melhorámos a sair de trás.”

As afirmações pertencem a Carlos Carvalhal na flash interview após a vitória do Rio Ave perante o Desportivo das Aves (5-1). Recordarmos que em Famalicão o resultado foi uma derrota (1-0), onde segundo o próprio a equipa só se “agarrou” ao seu modelo de jogo após a expulsão de Messias Jr.

É uma das características diferenciadoras dos líderes mais capazes, efectuar um bom diagnóstico e tomar as decisões corretas para melhorar o desempenho do grupo que lidera.

Todos conseguimos fazer bons diagnósticos? Não.

Contudo espera-se que os líderes sejam capazes de o fazer porque:

  1. Priorizam os objectivos do grupo em qualquer circunstância
  2. Têm acesso a um conjunto de informação detalhada e especifica sobre o contexto
  3. Rodeiam-se de especialistas que aportam valor ao seu processo de reflexão e lhe fornecem ferramentas que permitem acertar mais vezes.

E quando não acertam?! Corrigem. E corrigem, de imediato.

A capacidade de reflexão é a chave para o correto diagnóstico.

A imprecisão do diagnóstico impossibilita à tomada de decisão correta e torna inócua qualquer que ela seja.

Carvalhal relembra os líderes que as más escolhas não são o problema.

O problema será a incapacidade de as identificar, aceitar e corrigir, isto é, efectuar a acção necessária para resolver.

E tu consegues fazer bons diagnósticos?

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Da (In)Formação contínua à motricidade humana.

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Tal como o treino, é um processo inacabado, também o treinador deve estar em permanente transformação, procurando criar novos limites e ultrapassa-los diariamente.

A necessidade de, constantemente, procurar formação em diferentes áreas do saber é uma virtude dos humildes e dos que procuram desafiar-se a cada momento.

A informação recolhida nas distintas áreas estudadas será alavanca para a criação do próprio conhecimento.

“A produção do próprio conhecimento” segundo José Mourinho é fator diferenciador do ser treinador. A capacidade crítica que o treinador possui e a forma como integra cada informação recolhida no seu processo e a transforma em conhecimento para o seu grupo de trabalho reforçará a sua liderança.

As fontes de informação, dada a elevada oferta, devem ser filtradas permitindo deste modo um condicionamento inicial das temáticas mais relevantes em dado momento.

Escrevo sobre o treinador, poderia faze-lo sobre um gestor, aliás, sobre qualquer pessoa, esta necessidade permanente de buscar mais é condição humana, é por isso, mais uma vez, no humano que encontramos as respostas.

A produção do próprio conhecimento do Homem é ter a capacidade de obter as informações que lhe permita criar um conhecimento de si próprio para alcançar os seus objetivos, existe quem lhes chame o sentido da vida.

Se queres ser melhor treinador, tens de ser melhor pessoa e tens de a alimentar todos os dias, porque “é o Homem que és, que triunfa no treinador que podes ser” diz Manuel Sérgio.

As respostas estão em ti e se queres mais do que tens, só o conseguirás se fores mais do que és!

Definir Objetivos

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Capacidade de estabelecer metas congruentes com a visão.

Tratando-se a visão, desde logo, do objectivo final das várias metas que necessitamos de conquistar para que esta seja uma realidade. Será, portanto, o somatório da conquista de várias “pequenas” metas que permitirá alcançar o objectivo final, a visão. As metas criadas a cada etapa, quando alcançadas, devem permitir alcançar um novo patamar de desenvolvimento.

Os objectivos devem ser SMART, ou seja, específicos, definidos com o maior detalhe possível, mensuráveis, ter uma unidade de medida (o que não se mede, não existe), alcançáveis, suficientemente desafiadores das nossas capacidades reais obrigando-nos a transcendência para os alcançar, realistas, que sejam possíveis de alcançar com os recursos que temos disponíveis e com prazo definido, que seja estabelecido um prazo para ser alcançado.

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Acrescentaria a esta técnica uma pergunta: Porquê? Responder esta pergunta após utilizar a metodologia SMART deve ser reveladora da importância do objectivo estabelecido e do grau de compromisso e prioridade que este possui, naquela circunstância, podendo ser excluído, redefinido ou alavancado com o máximo de recursos disponíveis.

Esta técnica deverá ser integrada numa estratégia global e será reforçada quanto maior for a capacidade de o indivíduo ou organização sistematizar ao detalhe o processo que pretende utilizar para alcançar o objectivo final, a sua visão.

As etapas desta estratégia corresponderão às metas a curto, médio e longo prazo que sendo congruentes entre elas tornaram o percurso mais sólido até à concretização do grande objectivo.

Criar uma Visão ou prever o futuro?

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É muito mais que sonhar, é algo duradouro e sobretudo, inspirador.

Provavelmente, o maior património humano, a locomotiva da evolução e, certamente, o desafio diário que nos estimula a ultrapassar obstáculos, a redefinir limites e a alcançar algo que muitos dizem impossível, mas que só o é até conseguirmos faze-lo.

Esta premissa é verdadeira, do macro ao micro, das organizações ao indivíduo e tanto mais poderosa quantos mais forem contagiados por ela e se comprometerem a fazer acontecer.

Este compromisso, é tão poderoso, quanto tão celular for, nas organizações este é o principal desafio: o alinhamento de todos com a visão da organização.

Alcançar este alinhamento, requer uma abordagem microscópica a cada elemento da organização, não só, por si próprio, como no estabelecimento das relações com os restantes.

Várias são as técnicas e as estratégias a utilizar para alcançar este propósito, no próximo post, abordaremos uma das mais impactantes, a definição de objetivos.

De acordo com Peter Drucker, a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo, sendo assim, criar a tua visão é a melhor maneira de preveres o teu futuro.